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Opinião

Quando as dívidas adoecem: Escutando a dor por trás da inadimplência

Se você sente que o peso financeiro tem afetado seu corpo, mente ou emoções.

Quando as dívidas adoecem: Escutando a dor por trás da inadimplência
Rafael Moraes / Extra
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Uma pesquisa recente da CNDL/SPC Brasil revelou que 80% das pessoas inadimplentes sofreram impactos na saúde física ou mental devido às dívidas em atraso. Alterações no sono, no apetite, crises de ansiedade e até o uso aumentado de cigarro e álcool foram apontados como formas de lidar com a angústia. Esses dados, mais do que números, são gritos silenciosos de sofrimento.

Na clínica psicológica, é cada vez mais comum acolher pessoas que não estão apenas preocupadas com boletos, mas adoecidas pelo medo, pela vergonha e pela sensação de fracasso. Na Abordagem Centrada na Pessoa, oferecemos um espaço seguro, livre de julgamentos, onde a dor é escutada com empatia genuína e a pessoa é vista além das suas dívidas.

Ninguém escolhe sofrer. A inadimplência, na maioria das vezes, é consequência de um sistema desigual, perdas imprevistas ou da tentativa de oferecer dignidade à própria família. Quando o sofrimento é acolhido com compreensão e respeito, ele pode, pouco a pouco, se transformar em força. Por isso, o primeiro passo não é resolver o problema financeiro, é reconhecer a própria humanidade dentro dele.

A saúde emocional precisa ser prioridade, especialmente quando a realidade financeira está desafiadora. Validar seus sentimentos, buscar apoio psicológico e conversar com profissionais que ajudem a reorganizar sua vida financeira são atitudes que podem aliviar a sobrecarga e abrir caminhos possíveis.

Você não é sua dívida. Você é uma pessoa com valor, com história, com potencial de recomeço.

Se você ou alguém que você conhece está sendo afetado emocionalmente por dívidas, procure ajuda. Falar é um ato de coragem e também de cuidado.

FONTE/CRÉDITOS: Alex José Pereira - Psicólogo Clínico e do Trabalho