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Quatro em cada dez brasileiros estão endividados e maioria relata impacto na saúde mental, aponta pesquisa da Febraban

Estudo ouviu três mil pessoas nas cinco regiões do país; 77% dizem que dívidas afetam emocionalmente a vida pessoal e familiar

Quatro em cada dez brasileiros estão endividados e maioria relata impacto na saúde mental, aponta pesquisa da Febraban
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Uma nova pesquisa divulgada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) acendeu um alerta sobre o crescente nível de endividamento no país. De acordo com o levantamento, quatro em cada dez brasileiros (39%) estão atualmente endividados, e a maioria relata que essa situação tem prejudicado a saúde emocional, as relações familiares e a qualidade de vida.

O estudo ouviu três mil pessoas em todas as regiões do Brasil e revelou que 77% dos entrevistados afirmam que o endividamento tem causado impactos negativos diretos no bem-estar mental.

A vendedora Fabiana Zanelatto é um dos rostos por trás desses números. Moradora de São Paulo, ela conta que acumulou uma dívida doze vezes maior que o seu salário mensal, especialmente após ser demitida no início do ano. “A gente tenta cobrir uma dívida com outra e aí não dá certo. Você deita achando que vai dormir, mas o cérebro não para: ‘E o aluguel? E o condomínio? Como eu vou fazer?’”, desabafa.

A pesquisa também revelou que 37% dos entrevistados ainda têm esperança de quitar suas dívidas até o fim do ano, mas 24% acreditam que levarão muito tempo para isso. O uso do crédito é comum: mais de 60% dos participantes admitiram recorrer frequentemente a algum tipo de financiamento, principalmente cartão de crédito e empréstimos pessoais — dois instrumentos que, sem planejamento, podem virar uma armadilha.

“Uma fatura de R$ 1.000 no cartão, se não for paga na data certa, pode chegar a quase R$ 1.600 em apenas três meses por conta dos juros altos”, alerta a economista Regiane Vieira. Ela afirma que o primeiro passo para sair do vermelho é entender o motivo do endividamento, listar as despesas e ser honesto quanto à própria renda. “Pode ser necessário trabalhar mais horas ou buscar uma renda extra temporária para equilibrar as contas.”

Fabiana é um exemplo disso. Hoje, com dois empregos e ainda vendendo doces por fora, ela tenta reorganizar a vida financeira. “Agora eu pego a notinha do mercado, anoto tudo numa planilha. Antes eu nem sabia onde o dinheiro tinha ido. Hoje, cada real tem um destino.”

O levantamento da Febraban também mostrou que 55% dos brasileiros dizem entender pouco ou nada sobre educação financeira, o que reforça a necessidade de mais informação e orientação para evitar o descontrole e os impactos emocionais das dívidas.

FONTE/CRÉDITOS: G1 / Jornalismo Esperança FM

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